Em 1915, uma seca terrível assolava o Estado do Ceará obrigando os sertanejos a migrarem para a Capital. Uma família de retirantes chegou em Fortaleza trazendo consigo, um bode o qual foi comprado e mantido por José de Magalhães Porto, representante de uma empresa britânica chamada Rossbach Brazil Company, localizada na Praia de Iracema. O que jamais se imaginava, é que um dia o bode se tornasse tão famoso, tão querido e imortalizado pelo povo da Cidade de Fortaleza.
O bode Ioiô embalsamado, no Museu do Ceará
O bode costumava perambular pelas ruas do centro de Fortaleza na companhia de boêmios e escritores que frequentavam os bares e cafés ao redor da Praça do Ferreira, antigo centro cultural da capital, e que lhe davam cachaça para beber. Costumava correr atrás das mocinhas e dos padres, pelo efeito que o vento fazia nos seus vestidos e nas batinas, respectivamente. Era também o xodó dos estudantes que o insultavam e depois corriam, tendo o Ioiô correndo atrás de si. Todos os dias ele percorria um mesmo trajeto, definido entre a Praça do Ferreira e a Praia de Iracema. Foi por isso que ganhou o apelido de Ioiô, pois subia e descia pelas ruas de Fortaleza. Havia então se tornado popular e muito querido pelo povo da cidade.
O dia em que o bode foi eleito vereador da Cidade
Numa época de muitas dificuldades e uma classe política suja e corrompida, o povo de Fortaleza deu a resposta nas urnas. Em 1922, ano de eleições, os votos eram no papel, escrevendo o nome dos seus candidatos e lançando na urna. Para surpresa geral, o bode Ioiô tinha sido apontado como o vereador mais votado de Fortaleza, embora não fosse candidato. Nunca tomou posse de seu posto, mas passou a ser conhecido como “O Bode Celebridade”.
A fama do bode se tornou tão grande, que rompeu fronteiras. Hoje existe uma réplica do bode Ioiô no museu de Hollywood. Ele virou literatura de cordel e passou a fazer parte da cultura do povo cearense.
O tempo foi passando e o seu vigor físico foi diminuindo, até que um dia, no ano de 1931, foi encontrado morto próximo à Praia de Iracema. Seu falecimento foi publicado e sentido por grande parte da população fortalezense. Nunca se soube ao certo a sua idade. Surgiram algumas lendas sobre sua morte: que ele teria sido envenenado por um marido ciumento ou morrido de cirrose, por beber demais.
Devido a sua grande fama, Ioiô foi embalsamado e doado para o Museu do Ceará, que foi criado em 1932, mas aberto ao público em 1934.
Em 1990, um homem arrancou seu rabo e o levou consigo. O museu teve que produzir um rabo sintético para completar a imagem. Mesmo com esse atentado ao bode, ele é bem tratado pelos visitantes, principalmente pelas crianças, que o elegeram mascote da cidade. Além disso, todas as segundas-feiras, ele passa por um procedimento de limpeza para ficar à mostra. Um cuidado merecido para o bode mais famoso que já existiu no Ceará.
Foto: Hayanne Narlla/ Jornal Tribuna do Ceará
Para os interessados em visitar o Bode Ioiô, ele está no Museu do Ceará, localizado na Rua São Paulo, 51 – Centro – Fortaleza-CE. Aberto ao público de terça-feira a sábado, das 9h às 17h.
Pare de dar essas idéias 🤣🤣🤣 vai que eu voto😂
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😂😂😂 Cristileine, eu só queria que voltássemos aos votos escritos de antigamente. Com certeza, além de mim e de você, milhares de outros eleitores deste Brasil saberiam dar uma excelente resposta política nas urnas.
Um abraço minha amiga!
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Ah… Adoro descobrir essas coisas sobre o país em que nasci e que me viu crescer…
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Meu amigo, este país é rico em cultura! E histórias como estas e muitas outras, estão espalhadas em todas as regiões.
Um grande abraço!
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